Meditação Diária - "A caminhada com Deus"
Versículo para memorizar: "Por isso, Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com juramento, para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta; a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu, onde Jesus, como precursor, entrou por nós, tendo-se tornado sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque." (Hebreus 6.17-20)
Quantas ofertas pelo pecado você necessita oferecer a fim de ser purificado? Interessante notar que a partir do capítulo 11 de Levítico observamos a segunda parte do livro, sendo esta a "caminhada com Deus - santificação". Baseado no que aconteceu com Nadabe e Abiú, no capítulo anterior, o Senhor passa a mostrar ao povo como eles deveriam se portar, a fim de terem vidas santificadas e agradáveis a Deus. Uma das formas de possuir esse estilo de vida era por meio do oferecimento de sacrifícios. Estes, por sua vez, deveriam ser sem defeitos. Era algo que distinguia o povo dos demais e que expressava a santidade de Deus no meio do povo (Lv 11.44-45).
Quando observamos o texto de Hebreus, notamos que na Era da Igreja não existe mais a necessidade de ofertar animais a fim de ser purificado, pois Cristo ofereceu-se, "com forte clamor e lágrimas" (Hb 4.7), para morrer em nosso lugar. Pelo fato de ter se oferecido, Ele "tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem". Cristo morreu em nosso lugar para nos purificar de nossos pecados e nos apresentar, diante de Deus, como santos e inculpáveis. Que grandiosa e maravilhosa verdade!
Diante disso, somos direcionados a ver duas verdades bem destacadas nos dois textos. A primeira refere-se ao Perfeito Sacerdócio de Cristo, e a segunda é a Santificação do Povo de Deus. Pensando na segunda, podemos ver claramente dentro do livro de Levítico que a exigência de Deus para o povo era a sua santificação. O Senhor ordenou que o povo fosse fiel a Ele e guardasse os preceitos por Ele dado. Também mostrou a importância deles não se contaminarem com coisas impuras, especialmente com as práticas abomináveis dos povos da terra de Canaã. Porque Israel era o povo de Deus eles deveriam refletir o caráter de Deus na terra; deveriam ser santos como o Senhor é santo.
Pensando na primeira verdade, podemos notar a imperfeição do sacerdócio de Arão em detrimento ao sacerdócio de Cristo. Arão necessitava, como todo homem sujeito ao pecado, oferecer sacrifício por sua iniquidade no Dia da Expiação (Lv 15.6, 11, 17, 24, 33). Por sua vez, Cristo não necessitou "oferecer todos os dias sacrifícios, [... mas ofereceu] uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu" (Hb 7.27), a fim de "salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo para sempre por interceder por eles" (Hb 9.25). O que é mais interessante notar é que o sacerdócio de Cristo "continua para sempre", tendo o caráter imutável (Hb 9.24).
Hoje, como cristão, não necessitamos de oferecermos sacrifícios a fim de obtermos a purificação dos nossos pecados. Mas, isso não implica em um relaxamento espiritual e uma vida impura. Pelo contrário, envolve a apresentação dos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, sendo este o nosso culto racional (Rm 12.1-2). Envolve também a mortificação do velho homem, a fim de que possamos viver para Cristo (Rm 6.1-23; Gl 2.19-20; Fp 1.19-30, 3.4-14).
Que possamos ser desafiados a termos vidas santas, lembrando-se sempre do perfeito sacrifício do nosso Senhor Jesus Cristo que nos purificou, nos dando condições de termos uma vida agradável a Deus.
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