Meditação Diária - "Fugindo da inveja"

Leitura Bíblica Anual: Gênesis 35-37
Versículo para memorizar: "​Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros" (Gálatas 5.26)

A mitologia grega nos fornece grandes exemplos da decadência humana. Os deuses gregos assumiam forma humana, e eram capazes de ter sentimentos como tais: amor, ódio, inveja, ciúmes, medo e ira. Um destes sentimentos - a saber, a inveja - era algo muito presente entre as divindades. Em um dos registros mitológicos, Hera (a deusa das deusas), por inveja, transformou a bela Calisto em uma ursa (a Ursa Maior). Calisto possuía uma beleza estonteante e conquistou e concebeu um filho de Zeus, marido de Hera.

Essa mitologia nos ilustra bem o que aconteceu entre os filhos de Jacó. Gênesis 37 destaca como os irmãos de José "aborreciam-no e não lhe podiam falar pacificamente" (v.4), "o odiavam" (v.5,8) e "conspiraram contra ele para o matar" (v.18). A base para esses sentimentos era o ciúme (v.11), uma vez que Israel amava mais a José do que a seus irmãos (v.3). Não sabemos quais motivos ele tinha para amar mais a José do que aos outros filhos; o fato é que o amor dispensando por Jacó em relação a José era notório.

Ao destacar José entre os irmãos, Jacó acabou por criar divisão na família. A inveja foi tomando conta dos corações de seus irmãos. Inveja essa que cresceu a ponto de transformar-se em ódio. As consequências dessa ação foi a venda de José como escravo. A inveja concebeu o ódio e este destruiu o convívio familiar e impediu a criação de laços de amizade e amor.

A inveja não é algo sem importância. Ela está sempre ao lado de outras coisas terríveis (as tais obras da carne de que fala Gálatas 5.19-21). A inveja não é passiva; não cruza os braços; não fica parada em momento algum, uma vez que ela nos provoca tristeza pelo fato de os outros possuírem aquilo que não temos. Ela é ativa, dinâmica e incontrolável. Se não for barrada na nascente, leva o invejoso automaticamente ao crime.

A carta aos Gálatas nos afirma que não devemos ter inveja um dos outros. Hernandes Dias Lopes afirma que "o orgulho e a inveja são obras da carne e não fruto do Espírito. Esses pecados são, portanto, incompatíveis na vida do salvo". Ter uma vida caracterizada por inveja revela uma incompatibilidade com o andar no Espírito e o fruto que Este produz na vida do cristão.

Algumas sugestões práticas para evitarmos a inveja:

1. Corte a inveja pela raiz, não sendo indulgente ou conivente com ela.
2. Evite a ambição desmedida e a vontade de possuir o que os outros possuem só para não ficar por baixo.
3. Busque satisfação em Deus e não no elogio/favor dos homens.

A nossa oração é que os nossos corações possam fugir da inveja, a fim de não pequemos contra Deus.

“Nós nos combatemos mutuamente e é a inveja que nos arma uns contra os outros. Pois bem, alegrai-vos com o progresso do vosso irmão e imediatamente Deus será glorificado por vós”. (João Crisóstomo)